Com ‘morte’ anunciada, Frank Underwood deixará ‘filhotes’ na Netflix
Sempre achei Kevin Spacey brilhante. E lembro da primeira vez que vi o seu Frank Underwood na tela. Segundos em que ele estrangulava um cão que acabara de ser atropelado. Meus ossos gelaram.
E logo "House of Cards" roubou a minha atenção, prendeu minha respiração, aumentou minha pulsação. Amei logo de cara. E vi todas as temporadas. Não demorou para abocanhar todos os prêmios e arremessar a Netflix ao mundo dos poderosos produtores de conteúdo.
O que mais me assustava na trama era a capacidade do casal-demônio Frank e Claire (a deusa Robin Wright) nos fazer torcer por eles. Desalmados, cruéis, ardilosos... Como podiam hipnotizar a audiência a ponto de ter torcida a favor de suas sandices. Mesmo sabendo que tudo aquilo era horrendo, nojento, no fundo, bem no fundo, o público esperava que eles aprontassem mais uma, dessem uma cartada final brilhante e seguissem com as mãos vermelhas do sangue do poder.
Mas não há "torcer" por desvios de caráter na vida real. Acusado de assédio sexual envolvendo um adolescente, Kevin Spacey pediu desculpas publicamente pelo ato (o qual diz não se lembrar). Em uma espécie de cortina de fumaça, aproveitou para se assumir gay. Oi? O que uma coisa tem a ver com a outra? Gays ou héteros não podem assediar pessoas. Isso não justifica nada.
Pior, queima o filme de Spacey. Sei que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Mas não há como separar tudo. Imagem pública é vidraça, sempre. Coincidência ou não, a "Netflix" anunciou que "House of Cards", um dos seus maiores sucessos, chegará ao fim na sexta temporada, em 2018.
Mas há filhotes em curso. Uma das ideias é criar um spin off (série derivada) baseado no personagem Doug Stamper, o ajudante político (e bem maluco) interpretado pelo ator Michael Kelly nas primeiras cinco temporadas.
Outras ideias de spin off - uma delas envolve a personagem Claire - também estão sendo desenvolvidas. Todas nesse mesmo universo de lama política de "House of Cards".
Não duvido nada Frank Underwood ter um final à altura do início da série. Terminar como o cão atropelado, tendo sua 'agonia' antecipadamente encerrada por algo que está longe de ser um golpe de misericórdia.
FONTE: PORTAL R7